Espaço periodontal
A gengiva não é totalmente grudada nos dentes. Isso mesmo. Existe uma parte da gengiva que é inserida no nosso osso e fixa, servindo de proteção. Outra parte dela, aquela que fica próxima aos dentes é móvel. “Descola” e “cola” no dente de acordo com ações mecânicas da alimentação e dos aparatos que usamos para escovar nossos dentes. E ali, naquele espaço periodontal que as bactérias que causam doenças na boca gostam de ficar.
Afinal o que é espaço periodontal? Justamente por ser algo que faz parte da periodontia, é imutável e deve ser respeitado por todas as especialidades da odontologia e principalmente, ser limpo pelas pessoas em casa. Os melhores meios de acesso e limpeza desse local em casa são as cerdas da escova de dentes e o fio dental.
Esse espaço é o lugar de casquinhas de pipoca, grãos mastigados de feijão e pedacinhos de alface. O tamanho deste espaço tem em média 3 milímetros. Quando o dentista está colocando “uma pontinha arredondada” no espaço entre o dente e a gengiva, ele está sondando seu sulco gengival (ou sua bolsa periodontal). A sonda entra neste espaço e os dentistas medem a distância da margem gengival até a crista óssea. Esse é o espaço periodontal clínico, que saudável tem em média 3 milímetros.
Importância para a saúde oral
A integridade do espaço periodontal é de suma importância para a manutenção da saúde gengival, uma vez que sua existência é fundamental para a aderência do epitélio juncional e da inserção conjuntiva à estrutura dentária. O epitélio juncional é uma continuação do epitélio do sulco que, por sua vez, é continuação do epitélio oral. Mas, é a única parte do epitélio que tem uma união com a superfície dental e, portanto, participa da junção da gengiva ao dente. Ele é responsável pela união do epitélio à superfície do dente e pode estar localizado tanto na coroa como na raiz.
O espaço periodontal é essencial na remoção de qualquer agressão que possa atingir o periodonto, responsável assim por manter a saúde periodontal. Sua função em condições fisiológicas é o vedamento biológico para o ligamento periodontal e o suporte ósseo alveolar subjacentes. Um constituinte que exerce seu papel nesse contexto é o epitélio sulcular, uma barreira mecânica contra a invasão bacteriana.
Respeitando o espaço periodontal
Quando as margens subgengivais são indicadas, o profissional não deve atingir ou danificar o epitélio juncional e o aparato de tecido conjuntivo supracrestal. Dessa forma, é indicado limitar essa extensão no máximo entre 0,25-0,5 mm, ou seja, ficando restrita ao sulco gengival.
Se a margem da restauração tiver que se estender abaixo da margem gengival, é fundamental que se observe os seguintes fatores:
- Perfil de emergência adequado;
- Selamento marginal com excelente adaptação e acabamento da restauração;
- Presença de uma faixa de gengiva inserida adequada;
- A margem da restauração não deve violar a distância biológica, ou seja, não deve haver invasão e ruptura do epitélio juncional e inserção conjuntiva.
Se estes critérios forem seguidos, o impacto da margem restauradora subgengival será significativamente reduzido.
Seja por restaurações mal adaptadas, com margens rugosas ou que se estendem para o epitélio juncional, desencadeia uma resposta inflamatória responsável pela reabsorção do osso alveolar. Além disso, estas condições criam uma relação cíclica entre a migração do epitélio juncional, aumento na profundidade da bolsa periodontal, perda de inserção e perda óssea, podendo ser explicada pela alteração do microbioma e resposta tecidual locais, impedindo a resolução do quadro.